Todos já sabemos como morrem personagens no decorrer dos livros das Crônicas de Gelo e Fogo.
Não podemos nos apegar com firmeza nos peronagens, pois pouco sabemos até onde estaram vivos.
Quem acompanha a série da HBO também já sabe que muitas outras mortes aconteceram, mesmo não estando nos livros.
Abaixo temos um relato de cada uma das mortes, e o que achamos de cada uma.
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A morte de Ned ainda na 1ª Temporada |
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ATENÇÃO: Se você ainda não leu o segundo livro das Crônicas de Gelo e fogo e/ou não assistiu a 2ª Temporada da série, o texto a seguir pode conter Spoilers.
Meistre Cressen
O meistre de Pedra do Dragão é o prólogo do livro "A Fúria dos Reis"
e, tendo isso em vista, acredito que ele merecia uma participação maior na
série de TV. Não só a aparente falta de importância do personagem no primeiro
capítulo da temporada como também a cena da morte dele em si fizeram com que
sua perda fosse bem menos significativa para o público. No livro, o velho é
pesadamente humilhado pela Melisandre antes do brinde. Ela chega a colocar a
coroa de chifres e guizos do bobo, Cara Malhada, na cabeça dele em frente a
todo mundo. Mas como na série não tivemos o Cara Malhada, também não tivemos
guizos, e não tivemos a cena dramática que nós leitores esperávamos. Outra
mudança quer eu achei válida se compararmos com o texto original foi o fato de
o Cressen beber o vinho batizado antes da Melisandre e dela só beber o vinho
depois que ela percebe que ele está morrendo, em um claro e sombrio tom de
desafio. Isso serviu, a meu ver, para mostrar o poder da mulher vermelha. Uma
pena que, em contrapartida, tenha servido para "idiotizar" ainda mais
o nosso Cressen, talvez até mais do que a própria coroa de guizos teria
feito.
Rakharo
Como outros personagens que perderam a
vida nessa temporada, Rakharo é um que não morre nos livros. A morte dele
aconteceu por que o ator que o interpretava precisou sair da série para gravar
um novo filme, o “World War Z”.
A partir daí podemos ver
como realmente a parte da Dany foi alterada em comparação ao livro. Boa parte
das mortes que não ocorrem no Fúria ocorreram no arco dela, mas vamos falar
disso mais pra frente. A morte do Rakharo serviu de certa forma para mostrar a
desgraça do khalasar de Daenerys ao atravessar o Deserto Vermelho depois do
nascimento dos dragões, quando todos acreditavam que as coisas iam começar a
dar certo pra ela. Originalmente, quem morreria nessa passagem seria a Doreah,
mas de fato, a morte dela talvez não tivesse tanto peso ali (na série) quanto a
morte da Prata e de um dos guerreiros. Fora isso, a cena também foi boa e
comovente, com a lamentação da Irri e toda a explicação sobre a cremação dos
corpos. Com a morte de Rakharo, Kovarro passou a assumir o seu papel de ser o
"representante" do khalasar ao lado da Daenerys.
Yoren
No terceiro episódio da temporada, demos
adeus a um personagem que, como muitos outros, embora fosse querido, não
possuía um grande papel no jogo dos tronos (coisa que ele afirmava com
orgulho), o Yoren. Quem não achou no começo que, depois do Syrio Forel, ele
seria um mentor substituto pra Arya? E ele até foi, só que por um período curto
de tempo. No livro isso fica mais nítido, quando percebemos que a bravura do
patrulheiro realmente inspirava a Stark. Já na série isso foi mostrado de uma
maneira mais sutil, quando foi adicionada aquela cena de despedida, onde ele
conta uma história que serviu de inspiração pra "oração" da guria
mais tarde. O ator Frances Magee realmente encarnou muito bem o personagem que,
embora fosse cômico, como o Tyrion fez questão de ressaltar durante sua estadia
na Muralha, era um guerreiro bravo e leal, sempre disposto a defender seus
recrutas e cumprir seu dever.
Lommy Mãos-Verdes
No mesmo capítulo e na mesma batalha em
que perdemos o Yoren, perdemos também o órfão Lommy. Sempre ao lado de Torta
Quente, ele infernizou a vida de Arya (ou Arry) por um tempo ao longo da
Estrada do Rei até que ambos começaram a temê-la e até gostar dela. Na série,
nós não tivemos tempo sequer de ouvir o nome do garoto. Em um capítulo ele
estava discutindo sobre batalhas com o Torta Quente e, no seguinte, estava
perdendo a vida em uma. A cena em que ele foi morto pelo Polliver realmente se
pareceu com a morte dele no livro, porém, na série, ela serviu para algo a
mais. Serviu para que Arya, com sua esperteza providencial, enganasse os
soldados da rainha afirmando que ele era na verdade o Gendry, o bastardo com
elmo de touro por quem eles procuravam. Uma mudança inteligente dos roteiristas,
até mesmo pra tornar a morte dele mais "relevante".
Renly Baratheon
E por falar em relevância, o Baratheon
mirim provavelmente foi o personagem mais importante a bater as botas nessa
segunda temporada, exatamente pelo fato dele ser um dos Cinco Reis e ter um
papel mais efetivo dentro do jogo dos tronos (Embora ele talvez fosse o
"jogador menos importante" em comparação aos outros, ele certamente
era um peão). A cena da morte dele na série, em minha opinião, foi excepcional.
Mas como fã de Stannis que sou, gostaria de ter visto a cabeça do bastardo rolando
no chão daquela tenda enquanto os homens a chutavam e pisoteavam quando
combatiam Brienne, como aconteceu no livro. Mas a não decapitação do Renly
serviu para a cena seguinte onde Margaery e Loras lamentam o ocorrido diante do
corpo. O que também foi mudado em relação ao texto original visto que nele o
Loras entra em um estado berseker de frenesi homicida enquanto na série
ele apenas lamenta de modo contido a morte do "amigo".
Sor Rodrik Cassel
A morte de Sor
Rodrik do jeito que foi mostrada na série serviu pra que a HBO “se livrasse”
não só dele, mas como também da filha dele, Betty Cassel e do temível
Fedor/Ramsay Bolton. Sim, eu sei que o Rodrik de fato morre no livro, mas ele
morre pelas mãos do Ramsay depois de ver sua filha Betty ser ameaçada pelos
homens de ferro nas ameias de Winterfell. A Betty nós nunca veremos, mas já
soubemos aqui que o Ramsay foi escalado para a terceira temporada da série (ele
já havia sido citado pelo pai dele, o Roose antes do final da temporada então
isso não chegou a ser nenhuma grande novidade). E acredito que a decapitação
dele foi muito bem executada tanto pela direção como pelos atores presentes. O
que sobrou de técnica na produção da cena faltou ao Theon na hora de cortar a
cabeça do antigo castelão, um homem a quem ele certamente devia muito, e por
isso a carga emocional da sequência foi muito maior.
Cócegas
Eu não sei se
alguém conseguiu reparar, mas o ator Anthony Morris fez muito bem o papel do
temido cócegas, que infelizmente, por falta de dinheiro e do Chiswyck, teve o
seu tempo de vida encurtado na série, sendo o primeiro nome da lista negra da
Arya. Até aí tudo bem, mas o que mais me entristece nessa morte, é o fato de
que não veremos a própria Arya dando cabo do interrogador, como acontece nos
livros. Ele pode sim ser substituído pelo Polliver, mas a morte não seria a
mesma. Quem leu o livro três sabe que a “verdadeira morte” do Cócegas não é uma
morte qualquer.
Xaro Xhoan Daxos
De todos os
personagens da obra do Martin, na série esse foi o mais descaracterizado, sem
sombra de dúvidas. Definitivamente, o Xaro Xhoan Daxos que vemos nos livros não
é mesmo mostrado pela HBO. Então por que não matá-lo? Porque no 5º livro ele
reaparece para a Dany em Meeren enviado pelos Treze (que na série ele também
matou com a ajuda do Pyat Pree) oferecendo apoio na guerra e refazendo sua
proposta de casamento que ela rejeitara em Qarth. Mas como ele vai fazer isso
preso dentro de um cofre inquebrável? Ou a história do cofre era mais uma das
balelas contadas pelo nada confiável “Rei de Qarth” ou a HBO simplesmente vai
apagar o Xaro (e Qarth) da história durante a guerra na Baía dos Escravos.
Vamos esperar pra ver.
Matthos Seaworth
O Matthos
Seaworth da série, interpretado pelo ator Kerr Logan, foi um único personagem
onde condensaram toda a ninhada do Cavaleiro das Cebolas ou menos a maior parte
dela, seus filhos mais velhos Dale, Allard, Matthos e Maric, todos mortos pelo
fogovivo na Batalha da Água Negra e o escudeiro Devan, que como ele é um
fervoroso devoto do Senhor da Luz e continua vivo até o livro cinco. A perda
dos filhos fez com que o Davos odiasse ainda mais a Melisandre, mas como a
própria mulher vermelha disse ao Matthos no capítulo 2, “A morte pelo fogo é a
mais pura”.
Meistre Luwin
Donald Sumpter
é, sem dúvida, um daqueles grandes atores que vai fazer mais falta no elenco de
Game Of Thrones. Ele e seu personagem, o querido e sábio meistre Luwin. Em “A
Fúria dos Reis” ele é morto quando os homens de Ramsay Snow saqueiam e queimam
Winterfell e já na série, ele é atingido impiedosamente pela lança de Dagmer Boca
Rachada. As últimas cenas dele com Alfie Allen (Theon Greyjoy) e as cenas dele
com o Bran e a Osha sempre foram sensacionais, sem falar na cena da sua morte
no bosque sagrado, que certamente fez muitos fãs se emocionarem, mesmo aqueles
que leram os livros e sabiam que isso iria acontecer, e é por isso que Donald
Sumpter merece ser lembrado em Game Of Thrones, ele soube dar vida ao meistre
com maestria.
Qhorin Meia-Mão
Talvez por falta
de tempo de mostrá-lo como era devido, um dos personagens secundários mais
importantes e mais queridos pelos leitores dos livros se tornou um dos
personagens secundários mais irrelevantes da segunda temporada da série (ele
chegou a ficar em último nessa lista da Rolling Stone que elegeu os “Melhores
(e piores) personagens novos da segunda temporada de Game Of Thrones”).
Muitos
reclamaram de que o plano dele de sacrificar-se para que o Jon se infiltrasse
no exército selvagem de Mance Rayder não ficou muito nítido na série. O que
aconteceu na série foi que, diferente do que aconteceu no livro, o Jon não
sabia desse plano. Mas acho que, se os fãs que não leram o livro 2 prestarem
mais atenção no diálogo dos personagens no capítulo 8 quando eles são
capturados, na postura do Qhorin, no modo como ele provoca o Jon constantemente
e nas suas últimas palavras (“We are the
watchers on the Wall”), vão perceber que a morte dele foi de fato
intencional.
Fora isso, o
ator Simon Armstrong trabalhou muito bem com aquilo que lhe deram e, em minha
opinião, a última cena da luta dele com o Jon, embora mais “besta” do que a que
tivemos no livro, foi algo bonito de se ver (cinematograficamente falando).
Eu li no Gameofthronesbr.com
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